Uma jovem, de 21 anos, relata ter sido vítima de abuso sexual em um terreiro situado em Planaltina (DF). O caso teria ocorrido quando ela tinha apenas 16 anos. O investigado é um pai de santo de 30 anos, que conquistou a confiança da estudante e da família. Sob anonimato, a denunciante conta ter conhecido o terreiro em 2018 e frequentado o local por ao menos dois anos.
No entanto, em 2020, cortou laços após um acontecimento que fez com que ela se sentisse “a pior pessoa do mundo”. A história foi revelada após uma série de relatos publicados pela coluna denunciando como jovens eram mantidos sob o controle da mãe de santo Hayra Vitória Pereira Nunes, 22 anos, e explorados como escravos sexuais.
“Eu era só uma adolescente, me sentia muito sozinha, e ele falou realmente tudo o que eu queria ouvir. Eu me senti muito acolhida. Depois disso, todas as vezes que minha mãe foi para a casa de santo, eu quis ir com ela. As pessoas eram boas e legais comigo”, conta a vítima. O assédio começou de forma sutil, com demonstrações de carinho e aproximação física disfarçada de afeto.
Com o tempo, a jovem afirma que as investidas se tornaram mais agressivas. “Ele sentia muito ciúme, até do meu pai biológico. Mandava mensagem o tempo todo”, conta.
“Quando comecei a frequentar a casa do pai de santo, e sempre ia, conheci o meu primeiro namoradinho, que também ia no terreiro. A gente tinha a mesma idade. Só que o pai de santo não gostava. Teve uma vez que estávamos jantando, era aniversário da minha mãe, em minha casa. Começou a ficar tarde, meu namorado e eu fomos pro quarto dormir, passou um tempo e estávamos conversando. Foi quando o pai de santo empurrou a porta com tanta força que a fechadura quebrou”, relata a vítima.
Em setembro de 2020, a jovem conta que voltava com a mãe, o irmão e o líder espiritual de uma consulta em um terreiro, em Águas Claras (DF), já era tarde da noite, e eles decidiram dormir na casa do pai de santo, o que, segundo ela, acontecia com frequência. A vítima relata que, nesse dia, o pai de santo “acabou com tudo” que restava nela.
“Quando chegamos lá, já era por volta de 5h30 da manhã. Colocamos dois colchões no salão e nos deitamos. Deitou ele, eu, meu irmão pequeno e minha mãe.” A partir desse momento, ela conta que foi abusada pelo homem, que só parou após ouvir uma outra pessoa chegando ao local.
O medo e a pressão psicológica sentidos pela vítima fizeram com que ela tomasse a decisão de parar de frequentar o local. “Eu saí daquela casa, e algumas pessoas apoiaram e também decidiram sair”, afirma.
A jovem revela que só queria que tudo acabasse. Em uma conversa com o pai de santo, após o episódio, prometeu que não o denunciaria.
“Ele me pediu, implorou com desespero, dizendo que, se ele fosse preso, ele iria morrer na cadeia, e que a culpa seria minha. Ele queria que eu não falasse nada sobre o que aconteceu.”
A vítima, no entanto, denunciou o caso, que foi registrado como importunação sexual e está sob investigação pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Fonte de notícias: Metrópoles
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