A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito subiu para 450,5% ao ano em dezembro de 2023, marcando o maior nível desde maio do mesmo ano. Este aumento de 4,6 pontos percentuais em relação ao mês anterior é uma continuação de uma tendência de alta que já perdura por quatro meses consecutivos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central, por meio das Estatísticas Monetárias e de Crédito.
Essa escalada nos juros impacta diretamente o bolso do consumidor. Um exemplo claro: quem deixou de pagar uma dívida de R$ 800 no cartão de crédito em janeiro de 2023 terá de quitar um valor total de R$ 4.404 ao final de um ano, considerando os encargos financeiros. Ou seja, a dívida inicial terá crescido em cinco vezes, um reflexo direto das elevadas taxas de juros aplicadas pelo sistema financeiro.
Vale destacar que, apesar da alta contínua, a nova regra do Conselho Monetário Nacional, sancionada em 2023, limita as taxas do rotativo do cartão a 100% ao ano para as dívidas contraídas a partir de janeiro de 2024. Com isso, uma dívida de R$ 200, por exemplo, não poderá ultrapassar R$ 400 com juros e encargos. No entanto, os números divulgados pelo Banco Central refletem a taxa anual extrapolada para uma análise estatística, sendo que, na prática, a cobrança elevada ocorre apenas em períodos curtos de inadimplência.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que, apesar de os dados anuais não refletirem a realidade exata do consumidor, a série histórica é importante para monitorar a evolução dos juros e para compreender o impacto das variações nas condições de crédito.
Por outro lado, o cheque especial, que também faz parte das linhas de crédito mais caras do mercado, apresentou uma redução de 2,2 pontos percentuais, caindo para 136% ao ano em dezembro. Contudo, uma dívida de R$ 800 mantida por um ano nesse produto salta para R$ 1.888, refletindo seu custo elevado.
Diante desse cenário, muitos consumidores buscam alternativas para fugir dos altos juros do cartão de crédito e cheque especial. Uma das opções mais procuradas é o empréstimo consignado, que oferece condições mais vantajosas, como descontos diretos na folha de pagamento. Embora a taxa dessa modalidade tenha subido ligeiramente em dezembro (para 23,9% ao ano), ela ainda representa um custo bem inferior às taxas do cartão e cheque especial.
Dentro do consignado, as taxas variam de acordo com o perfil do profissional. Beneficiários do INSS pagam uma taxa média de 21,9% ao ano, enquanto servidores públicos e trabalhadores do setor privado enfrentam encargos de 23,8% e 40,8%, respectivamente.
(Gazeta Brasil)
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