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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Recorde de 35 ônibus queimados em 1 dia no Rio afeta passageiros e gera prejuízo de mais de R$ 35 milhões

                             FOTO: REPRODUÇÃO 

O terror que a Zona Oeste do Rio de Janeiro passou na última segunda-feira (23) terá desdobramentos para o Estado e para a população. Com o recorde de 35 ônibus incendiados em um dia, o prejuízo financeiro, só com os veículos, ultrapassa os R$ 35 milhões. Já o transtorno para quem precisa dos ônibus para os deslocamentos pela cidade é incalculável. Na opinião de especialistas, os próximos dias serão complicados para moradores e trabalhadores da Zona Oeste.

Dados levantados pela Globonews indicam que 70% das pessoas que se deslocam no Rio de Janeiro utilizam o transporte de ônibus coletivo. Com os 35 ônibus incendiados, a população não terá uma reposição rápida. Cada reposição demora, no mínimo, seis meses. O problema representa mais pessoas no ponto de ônibus, menos veículos circulando e muita dor de cabeça para chegar ao trabalho e voltar para casa.

Os ataques da última segunda queimaram 30 ônibus comuns e 5 veículos do BRT. No total, o prejuízo ultrapassa os R$ 37 milhões. Atualmente a Zona Oeste tem 2,6 milhões de habitantes, o que representa cerca de 41% da população carioca. A região possui 40 bairros e 70% do território total do município.

A morte de um miliciano provocou um dia de terror na Zona Oeste do Rio na tarde desta segunda-feira (23). Ao menos 35 ônibus e 1 trem foram queimados a mando de criminosos na região, no que já é o dia com mais coletivos incendiados na história da cidade, segundo o Rio Ônibus. Entre os coletivos queimados, 20 são da operação municipal, 5 do BRT e outros de turismo/fretamento.

Outros veículos e pneus também foram incendiados, fechando diversas vias em bairros como Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra, Tanque e Campinho (veja o mapa mais abaixo). Mais de 1 milhão de pessoas vive nessa área.

Passageiros tiveram que deixar alguns dos coletivos às pressas momentos antes de os criminosos atearem fogo aos ônibus. No Recreio, uma usuária do BRT chegou a cair com o rosto no chão ao deixar o veículo. Outra mulher gritava para que passageiros saíssem a tempo: “Tem gente no ônibus, gente do céu. Desce do ônibus. Cadê o motorista?”.

Pelo menos 12 suspeitos de ataques a ônibus foram presos. O governado Cláudio Castro classificou os autores dos ataques a transportes como "terroristas" e disse que fará caça a três chefões do crime. “Esses três criminosos, Zinho, Tandera e Abelha: não descansaremos enquanto não prendermos eles”, disse.

Às 18h40, o município entrou em estágio de atenção, o terceiro nível em uma escala de cinco. Isso significa que uma ou mais ocorrências já impactavam a cidade, afetando a rotina de parte da população. Por volta desse horário, havia 58 km de congestionamentos na cidade, o dobro da média (29 km) das últimas três segundas-feiras. Ao menos 45 escolas municipais foram afetadas, prejudicando 17.251 alunos. Em algumas instituições, alunos e professores permaneceram lá dentro para se manterem em segurança.

(G1)

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