Fonte: G1 |
A tatuadora Flavia Carvalho, de Curitiba, disse que filho cresceu a vendo trabalhar; sessão de tatuagem foi registrada em vídeo, e cena viralizou nas redes sociais.
Entre as dezenas de rabiscos, cores e formas eternizadas no corpo da tatuadora Flavia Carvalho, de Curitiba, um desenho reserva uma história única de conexão entre mãe e filho.
Em um dos braços, Flavia deixou o caçula Alexandre Carvalho Depetriz, de 7 anos, que está no Transtorno do Espectro Autista (TEA), realizar o desejo de tatuá-la. A mãe registrou o momento, publicou nas redes sociais e o vídeo viralizou, passando de 5 milhões de visualizações. Assista acima.
"A maternidade é difícil, sim, mas nos dá essas alegrias únicas", refletiu na postagem.
Flavia contou que o interesse em fazer a tatuagem partiu do próprio Alexandre, após ele ver a mãe ser tatuada pela irmã, Marcela Carvalho, de 11 anos.
“Ele cresceu me vendo tatuar, cresceu no estúdio, então ele sempre se ambientou neste local de arte e tatuagem [...] Óbvio, é um ambiente totalmente controlado, e quando ele viu uma tatuagem que a irmã dele fez, ele falou: ‘Eu quero fazer!".
Alexandre escolheu um desenho que ele mesmo fez para ilustrar a pele da mãe: um rosto sorrindo, seguido do apelido do pequeno: "Ale".
“Não é como desenhar em um papel, né? E quando ele viu, ele disse ‘mãe, vai ficar pra sempre, não vai mais sair!’. Foi muito legal de ver essa superação dele, de ter encarado, não é pra qualquer um. O mais legal foi ver o quanto ele ficou orgulhoso dele mesmo, e eu mais ainda"
O diagnóstico
Alexandre recebeu o diagnóstico do TEA, grau 1, quando tinha 3 anos e 7 meses, segundo a mãe.Em Curitiba, de acordo com a prefeitura, a estimativa - baseada em métricas internacionais - , é de que aproximadamente 20 mil pessoas tenham o transtorno - com ou sem diagnóstico. Até o início de abril, segundo o Governo do Estado, o Paraná tinha 3.434 pessoas com a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea).
No caso do Alexandre, os sinais de que ele estava no espectro começaram quando ele tinha quase dois anos, conforme lembra Flavia.
“Eu comecei a sentir que era diferente com quase dois anos, principalmente por conta do atraso na fala. A Marcela sempre falou muito cedo, e o Ale era quieto, apesar de sorrir e olhar nos olhos. E soou um alerta. Chegamos a consultar com uma neurologista na época, mas ela achou que era cedo pra fechar o diagnóstico de autismo”.
Até ser incluído no TEA, Alexandre foi diagnosticado com Transtorno de Desenvolvimento de Linguagem e Transtorno de Processamento Sensorial.
“Quando ele passou dos dois anos, começaram a aparecer bem as outras questões, as sociais, emocionais e as sensoriais [...] aí quando ele entrou bem idade escolar, e todo aquele negócio de que o ‘olha, o Alexandre não está se adaptando’, começou aquilo mais pesado da vivência autista, aí eu levei em mais uma neuro e conseguimos fechar o diagnóstico e emitir o laudo”.
‘Alívio’
Para Flavia, saber o diagnóstico do filho foi como um ‘verdadeiro alívio’.“A partir daí, eu tinha um norte para poder melhorar a vida dele. Era um sofrimento pra mim, era um sofrimento pra ele, era um sofrimento pra escola. Então eu tive um ‘luto’ pós-diagnóstico, que algumas mães de crianças com autismo falam bastante, mas também eu tive um alívio, porque eu vi que agora eu sabia que eu tinha o que fazer”.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário