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domingo, 19 de abril de 2015

Minha Casa, Minha Vida: Tráfico e violência expulsam moradores e prejudicam o mercado imobiliário.

f0b4849041f96778b53308b54b0db5c3_LMINHA CASA, MINHA VIDA.



Prefeitura de Sobral, no Ceará, entrega conjunto habitacional, mas abandona moradores a própria sorte.

Segundo moradores, quem está tomando conta do residencial são os bandidos e suas diversas facções que já se instalaram no local. Dos 3.300 apartamentos que estão sendo construídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida, 1.104 foram entregues faz seis meses, e o local já está se transformando numa favela. A construção do novo conjunto habitacional mudou o cotidiano dos moradores dos bairros vizinhos.



Assaltos e arrombamentos de residências, tem afetado gravemente o mercado imobiliário naquela região da cidade. Moradores da COHAB III e Renato Parente estão aflitos, alguns já se mudaram temendo a onda de assaltos e roubos a residências, registrados pela polícia durante os finais de semana.



No Renato Parente, dezenas de casas estão a venda, ou para alugar, mas falta compradores. O principal motivo na desvalorização desses imóveis, foi a onda de violência, que segundo moradores, surgiu após a inauguração do novo conjunto.



Desde abril do ano passado, o governo federal já registrou 164 casos parecidos em todo o país. Este ano, já foram registrados 54. Em Sobral, cidade distante 230 km de Fortaleza, o problema é tão complexo, que chegou a atingir o mercado imobiliário, desvalorizando em até 30%, os imóveis localizados nas proximidades do novo conjunto.



A presidente Dilma Rousseff minimizou o problema, ao entregar casas em Feira de Santana (BA), na última semana. “Um defeito aqui, outro defeito ali”, relatou durante seu discurso. Mas em Sobral, com apenas seis meses, o conjunto Novo Caiçara, já é considerado um dos bairros mais perigosos do município, chegado a ser chamado de “carandiru”, pelos próprios moradores e também pela polícia.

O alto índice de violência, a presença de facções rivais, o consumo e tráfico de drogas, começou a expulsar famílias que já estão procurando a Caixa Econômica Federal para negociar a desistência do contrato de financiamento assinado. Os beneficiados pagam 25 reais por mês durante cinco anos.



HOMICÍDIO



No último dia 13 de fevereiro, o jovem Wislei Araújo de Sousa 13, foi morto com vários tiros, por dois homens numa motocicleta. Ele estava confeccionando uma pipa, contou sua mãe. Dona Lúcia revelou que muitas mães estão indo embora do conjunto porque tem filhos marcados para morrer. Ela contou ainda, que a prefeitura prometeu prestar assistência e acompanha-los de perto por 12 meses, mas foram abandonados. Testemunhas contam que Wislei foi morto por engano. O crime assustou as 1.104 famílias que ali residem há seis meses.



Segundo a prefeitura, outros 2.200 apartamentos ainda serão entregues, no mesmo conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida em Sobral. Mas muitas famílias estão desistindo de ir morar nas casas do programa, depois da morte do jovem em fevereiro.



Fonte: Blog Sobral in Foco

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