Manifestação luta contra a culpabilização da mulher
Nana Queiroz, de 28 anos, criou o evento depois de ver a pesquisa do IpeaFoto: Nana Queiroz / Arquivo Pessoal |
Enquanto milhares de pessoas aderiram e apoiaram a manifestação digital#NãoMereçoSerEstuprada, outras reagiram negativamente. A página do movimento no Facebook recebeu comentários agressivos e Nana Queiroz, 28, jornalista e organizadora do movimento, foi alvo de ameaças de violência sexual:
– A maioria deseja que eu seja estuprada, mas alguns dizem que vão me estuprar mesmo – conta.
Segundo a jornalista, foram centenas de ameaças. Em um dos casos, um homem publicou no evento do Facebook uma foto com os dizeres "Já estuprei e estupro de novo".
Nana Queiroz registrou ameaças na rede social
Foto: Reprodução / Facebook
Nana Queiroz diz que, apesar do assédio, não está arrependida e que a reação só fortaleceu o movimento. Ela está reunindo todas as ameaças e deve denunciar os casos na Delegacia da Mulher ainda neste sábado.
O protesto
O movimento #NãoMereceçoSerEstuprada foi criado para protestar contra a culpabilização da mulher em atos de violência sexual após a divulgação de uma pesquisa do IPEA na qual 65% concordaram com a frase "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".
A manifestação digital convida as mulheres a tirarem fotos sem roupa da cintura para cima com um cartaz na frente dos seios com os dizeres "Eu também não mereço ser estuprada" e publicar na rede social com a hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada.
Adesão
Segundo Nana Queiroz, pessoas de todos os tipos, de diversas idades e escolaridade, aderiram ao movimento.
– Algumas escrevem errado, outras são bem articuladas. Senhoras de idade publicaram fotos de topless – conta – Teve afamilias inteiras postando (fotos) juntas e salas de aula com crianças e professor.
– Perdi a conta (das participações), mas tenho certeza que esta na casa dos milhares – acrescenta.
Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br
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