Uma operação conjunta entre Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 96 trabalhadores que estavam em situação de trabalho escravo no Interior do Ceará. A ação, que teve início no último dia 3 de dezembro, ocorreu em duas fazendas localizadas nos municípios de Granja e Barroquinha e foi concluída nesta quinta-feira (12).
A operação, do Ministério Público junto à Polícia Federal, ocorreu em duas fazendas, nos municípios de Granja e Barroquinha, e foi concluída ontem
De acordo com a PRF, os trabalhadores, que desenvolviam atividades relacionadas à produção do pó de carnaúba, estavam instalados em alojamentos precários, em más condições de higiene, sem banheiros, nem instalações elétricas. Alguns preferiam dormir debaixo de pés de cajueiro devido à precariedade dos locais onde estavam alojados, segundo informaram as autoridades policiais.
Ainda segundo a PRF, a alimentação disponibilizada era insuficiente, constituindo-se basicamente de arroz com feijão no almoço e no jantar, sem nenhuma mistura, com exceção do almoço das quintas-feiras, quando era fornecida carne de porco ou de frango.
Conforme os trabalhadores resgatados, a água era inadequada para consumo humano, já que não passava por nenhum processo de filtragem. Além das irregularidades apontadas, a PRF afirma que ficou constatado, durante a fiscalização, que durante todas as etapas do trabalho, do corte da palha da carnaúba até à produção do pó, o grupo não utilizava equipamentos de segurança, recomendados para esse tipo de serviço.
Também não foi identificada a realização de exame médico admissional antes das atividades se iniciarem. Outra grave infração constatada pelos órgãos foi em relação à remuneração paga ao grupo. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, eles recebiam em sistemas de diárias, sem direito ao descanso semanal remunerado.
Operação
A fiscalização teve início no dia 3 de dezembro, após o descobrimento de aliciamentos irregulares de mão-de-obra, em que trabalhadores foram levados de Barreiras, na Bahia, para atuar em Canindé, no Ceará. Os envolvidos foram autuados em flagrante pelos órgãos que participaram da operação no Interior. Os trabalhadores resgatados foram retirados das fazendas e irão receber, durante três meses, parcelas do seguro desemprego especial devido às condições que estavam submetidos.
Fonte: Diário do Nordeste
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